“A morte de Dom Jaime choca o país” diz Afonso Dhlakama
Mesmo estando na parte incerta, o líder do maior partido da oposição no país, Afonso Dhlakama, não se esqueceu de mandar as suas condolências a família do Bispo Dom Jaime, que deixou o mundo dos vivos na madrugada de ontem.
O líder da Renamo avançou que a morte de Dom Jaime é um choque para os moçambicanos porque além do trabalho religioso realizado a favor da igreja católica, o antigo Arcebispo da cidade da Beira lutou pela paz e democracia.
“Quero-me recordar que Dom Jaime esteve em Roma dois anos e meio, em representação da igreja Católica, como mediador. Conseguiu, de forma distinta, falar com a Frelimo e com a Renamo. Aliás, foi ele que trouxe a Maríngwè a mensagem do Vaticano, em Abril de 1988. Na época, aterrou de avião e encontrou-me para dizer que queria negociar, quando o presidente Chissano tinha receio de que a Renamo iria atacar em Maputo. Eu disse-lhe que fosse tranquilizar o presidente porque a nossa intenção era negociar”, disse Afonso Dhlakama citado pelo O PAIS.
Numa outra abordagem, o líder da “perdiz” recordou outro episódio que marcou a sua vida. As declarações feitas por Dom Jaime numa missa que dirigiu na cidade da Beira nos anos 70.
“Recordo-me que quando Dom Jaime regressou de Roma nos anos 70, celebrou uma missa na Beira, e eu estive lá. Na altura, eu ainda era camarada da Frelimo. Naquele contexto em que Samora Machel era presidente, Dom Jaime defendeu que nós não devíamos aceitar o comunismo”, e acrescentou, “Dom Jaime é conhecido como um homem que lutou pela democracia, mesmo antes da Renamo”, sentenciou, acrescentando que está triste por não poder ir ao funeral de Dom Jaime, por questões de segurança.
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